ESCATOLOGIA - parte 03
RESSUREIÇÃO:
“Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram. Com efeito, visto que a morte veio por um homem, também por um homem vem a ressureição dos mortos. Pois, assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida” 1 Cor 15, 20-22
Se podemos saber o que ocorre após a morte, olhando para Jesus, da mesma fora, compreendemos a ressureição, olhando para Jesus.
Após três dias de sua morte, quando sua alma desceu a mansão dos mortos e o seu corpo depositado no sepulcro, eis que Nosso Senhor ressuscita.
A alma de Jesus é novamente unida ao seu corpo, porém o seu corpo não é mais o mesmo, é um corpo glorioso. Esse corpo carrega as marcas de sua Paixão e Morte, porém não representam mais a dor e o sofrimento, mas ao contrário, apontam para a vitória de Cristo na cruz.
Com esse corpo glorioso, os discípulos tem dificuldade de reconhece-lo a primeira vista, mas logo o reconhecem, com as suas palavras e ações. E assim como Jesus, também iremos ressuscitar, e receber um corpo glorioso, que não carregara nenhuma marca do pecado, mas sim a vitória de Cristo.
“Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias, não readquire vida a não ser que morra. E o que semeias, não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão, de trigo ou de qualquer outra espécie. A seguir, Deus lhe dá corpo como quer; a cada uma das sementes ele dá o corpo que lhe é próprio” (1 Cor 15, 35-38)
“O mesmo se dá com a ressureição dos mortos; semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual” (1 Cor 15,42-44)
Ao explicar a ressureição, São Paulo utiliza o mesmo exemplo de Jesus sobre a semente, na qual para produzir fruto, deve antes morrer, e o fruto que dá, é maior do que o pequeno grão que precisou morrer.
Assim é a nossa vida, precisamos morrer em Cristo, morrendo nesse corpo marcado pela corrupção e fraqueza devido ao pecado, para assim, recebermos um novo corpo, glorioso e sem mancha, a imagem de Nosso Senhor.
Mais ainda, é o próprio Jesus quem diz “Eu sou a Ressureição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” Jo 11,25. A Ressureição é uma pessoa, Nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que é a própria Vida, o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).
Que a esperança na ressureição, que ocorrerá com a segunda vinda de Jesus, gere nós a alegria, de saber que vencemos junto com Cristo, e a vitória estará completa, com a sua vinda, com a ressureição dos mortos.
JUÍZO UNIVERSAL:
“Vi então os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e abriram-se livros. Também foi aberto outro livro, o da vida. Os mortos foram então jugados conforme sua conduta, a partir do que estava escrito nos livros.
O mar devolveu os mortos que nele jaziam, a Morte e o Hades entregaram os mortos que neles estavam, e cada um foi julgado conforme sua conduta” (Ap 20, 12-13)
Na segunda vinda de Nosso Senhor, além da ressureição, ocorrerá ainda o julgamento final, onde por fim, toda justiça será feita, de maneira pública e plena. Como nos diz o catecismo:
O juízo final revelará que a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte do que a morte – CIC 1040
Podemos nos perguntar, o porque deve haver um segundo julgamento, visto que quando morremos, já temos o nosso julgamento particular.
O nosso julgamento particular ocorre no momento da nossa morte, porém as nossas ações – boas ou más – continuam a repercutir mesmo após a morte.
Dessa forma, no julgamento final, é acrescido ao nosso julgamento particular, os efeitos das nossas boas obras que mesmo após a morte, continua dar bom testemunho e atrair pessoas a Jesus. Da mesma forma, é acrescido o efeito do mal testemunho, que afasta as pessoas de Deus.
Além disso, no julgamento universal, tudo é colocado as claras, pois “nada há de encoberto que não venha a ser revelado, nem de oculto que não venha a ser conhecido” (Lc 12,2). Assim, toda injustiça é desfeita, e justiça divina em fim, reinara.
Não devemos achar que a Parusia – segunda vinda de Jesus – é o retorno de alguém que está ausente. Lembremos sempre das palavras de Jesus “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt 28,20).
Para aqueles que amam a Deus, a postura que devemos ter diante desses mistérios, é a que professamos em cada Santa Missa: 'Vem Senhor Jesus, vinde'.
Como alguém que está longe de pessoa amada, e aguarda ansiosa a sua chegada, devemos olhar para a Parusia dessa forma, na alegria de quem espera o seu maior amor chegar.
Encerremos a meditação desses mistérios, olhando para aquela que é a alegria da nossa raça, a Virgem Maria, que apesar de ser criatura como todos nós, já venceu com seu filho Jesus, que como sinal de que um dia irá acontecer conosco, já recebeu o prêmio do seu sim e fidelidade a Deus, e foi assunta de corpo e alma no céu.
Que Maria Santíssima nos ajude a vivermos a nossa vida, na fidelidade ao seu filho, Senhor da história e de todo o universo, nos ensinando a esperar com alegria, o encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo.
Primeira parte: Morte, Julgamento particular
Segunda parte: Céu, inferno, purgatório
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