EVANGELHO DO DIA - 15/12/25 (Mt 21, 23-27)

TEMPO DO ADVENTO - 3ª semana

Jesus no Templo



LEITURA:

Leitura do Livro dos Números 24,2-7.15-17a

Naqueles dias,

Balaão levantou os olhos

e viu Israel acampado por tribos.

O espírito de Deus veio sobre ele,

e Balaão pronunciou seu poema:

"Oráculo de Balaão, filho de Beor,

oráculo do homem que tem os olhos abertos;

oráculo daquele que ouve as palavras de Deus,

que vê o que o Poderoso lhe faz ver,

que cai, e seus olhos se abrem.

Como são belas as tuas tendas, ó Jacó,

e as tuas moradas, ó Israel!

Elas se estendem como vales,

como jardins ao longo de um rio,

como aloés que o Senhor plantou,

como cedros junto das águas.

A água transborda de seus cântaros,

e sua semente é ricamente regada.

Seu rei é mais poderoso do que Agag,

seu reino está em ascensão".

E Balaão continuou pronunciando o seu poema:

"Oráculo de Balaão, filho de Beor,

oráculo do homem que tem os olhos abertos,

oráculo daquele que ouve as palavras de Deus,

e conhece os pensamentos do Altíssimo,

que vê o que o Poderoso lhe faz ver,

que cai, e seus olhos se abrem.

Eu o vejo, mas não agora;

e o contemplo, mas não de perto.

Uma estrela sai de Jacó,

e um cetro se levanta de Israel".


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 21,23-27

Naquele tempo,

Jesus voltou ao Templo.

Enquanto ensinava,

os sumos sacerdotes e os anciãos do povo

aproximaram-se dele e perguntaram:

"Com que autoridade fazes estas coisas?

Quem te deu tal autoridade?"

Jesus respondeu-lhes:

"Também eu vos farei uma pergunta.

Se vós me responderdes, também eu vos direi

com que autoridade faço estas coisas.

Donde vinha o batismo de João?

Do céu ou dos homens?"

Eles refletiam entre si:

"Se dissermos: 'Do céu', ele nos dirá:

'Por que não acreditastes nele?'

Se dissermos: 'Dos homens', temos medo do povo,

pois todos têm João Batista na conta de profeta".

Eles então responderam a Jesus: "Não sabemos".

Ao que Jesus também respondeu:

"Eu também não vos direi

com que autoridade faço estas coisas".


MEDITAÇÃO:

“Com que autoridade fazes estas coisas?”


Eis que Jesus se encontrava no Templo, ensinando, após a sua entrada triunfante em Jerusalém, expulsando os vendilhões do Templo. Essas atitudes e a forma como Jesus ensinava, com uma autoridade e imposição diferente, levaram os chefes dos sacerdotes, a questioná-Lo.

Perguntam referente a sua autoridade. Querem saber, como é que realizava tantos prodígios, como atraia tantas multidões, e como falava daquela maneira, não como judeus sábios e estudiosos, que se apoiavam em seus estudos, mas como quem conhece verdadeiramente o Pai.

Muitas vezes, procuramos enquadrar as pessoas em grupos, sejam em grupos religiosos ou políticos – do lado A ou lago B, progressista ou conservador, tradicionalista ou modernista... É algo semelhante com o que acontece com Jesus, onde tentam enquadra-Lo, achando que assim o conheceriam.

Mas quando fazemos isso, reduzindo todas as coisas a um lado ou a outro, nos fechamos ao amor de Deus, que se revela em cada pessoa, de uma maneira única e especial, que não cabe em uma simples definição.

Nós somos um mistério, que é revelado a partir do mistério de Cristo, e que não cabe nos esquemas mentais do mundo. Quando aprendemos isso com Jesus, deixamos de enquadrar as pessoas em grupos, e passamos a olhar com o olhar de Cristo, que ama e se revela a cada um.


“Nem eu vos digo com que autoridade eu faço estas coisas”


Porém, a revelação de Deus a cada um, passa pela nossa liberdade, na qual muitas vezes, colocamos limites a ação de Deus em nossas vidas. Assim o foi, por exemplo, com os chefes dos sacerdotes.

Jesus cita João Batista, o seu precursor, na qual eles e muitos outros, rejeitaram, e ouviram ou seguiram o que dizia. Negando o mensageiro, negaram também a mensagem, ou seja, ao negarem o profeta João, se fecharam também para o Messias.

Assim, eles foram se fechando a todas as iniciativas de Deus, como reflexo de toda história, na qual Deus está sempre presente, cuidando do seu povo e o libertando, e em troca, muitos negligenciam a sua fé, pagando a Deus com a sua ingratidão.

Devemos também nos voltarmos a nossa vida. Quais são os limites e as barreiras que estamos imponto a Deus? Como estamos nos preparando para a vinda de Cristo: com a alegria de quem deseja se encontrar com Jesus, ou na perspectiva de celebrar apenas mais um evento entre tantos celebramos este ano?

Podemos dizer que Jesus se recusa a responder aqueles que o interrogam, por dois motivos. Primeiro, por não estarem preparados para receber mais, a final, quando somos fiel no pouco, Ele nos confia mais (Mt 25,21). Quando mais damos liberdade para Deus e na medida em que damos a nossa adesão de vida a Ele, mais Ele se dá a nós. Quando nos fechamos, limitamos a graça de Deus em nós.

O segundo motivo, é que não estando preparados, a pergunta não partia do desejo de conhecer a Jesus, para depositar Nele a sua confiança e adesão. Mas sim, por mera curiosidade, ou ainda, por ódio e desprezo. A esses, Jesus não se revela, como que para não jogar “pérolas aos porcos” (Mt 7,6).

Roguemos, pois, a Virgem Maria, para que nos ajude a confrontar o Evangelho, com a nossa vida, nos levando a perceber quais os limites que estamos impondo a Jesus, rogando a graça de remove-los, para que possamos dar a nossa total adesão de vida, a Nosso Senhor, que se aproxima a cada dia.


ORAÇÃO:

Deus que tudo sabes e governa com a sua magnífica sabedoria e onisciência, dai-nos compreender aquilo que nos rouba de Ti, aquilo que damos demasiada importância, e que por vezes antepomos ao vosso amor e a vossa pessoa. Que a Vossa graça nos ajude a tirarmos todo empecilho ao vosso amor, para que tenhamos como mais importante, a nossa fé em Ti, e assim passemos a viver para alimenta-la. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.


Postar um comentário

0 Comentários