EVANGELHO DO DIA - 25/04/25 (Jo 21, 1-14)

OITAVA DE PÁSCOA - quinta-feira

LEITURA:

Leitura dos Atos dos Apóstolos 4,1-12

Naqueles dias,

depois que o paralítico fora curado,

Pedro e João ainda estavam falando ao povo,

quando chegaram os sacerdotes,

o chefe da guarda do Templo e os saduceus.

Estavam irritados porque os apóstolos ensinavam o povo

e anunciavam a ressurreição dos mortos

na pessoa de Jesus.

Eles prenderam Pedro e João

e os colocaram na prisão até ao dia seguinte,

porque já estava anoitecendo.

Todavia, muitos daqueles

que tinham ouvido a pregação acreditaram.

E o número dos homens chegou a uns cinco mil.

No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém

os chefes, os anciãos e os mestres da Lei.

Estavam presentes o Sumo Sacerdote Anás,

e também Caifás, João, Alexandre,

e todos os que pertenciam

às famílias dos sumos sacerdotes.

Fizeram Pedro e João comparecer diante deles

e os interrogavam:

"Com que poder ou em nome de quem vós fizestes isso?"

Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, 

disse-lhes:

"Chefes do povo e anciãos:

hoje estamos sendo interrogados

por termos feito o bem a um enfermo

e pelo modo como foi curado.

Ficai, pois, sabendo todos vós

e todo o povo de Israel:

é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré,

- aquele que vós crucificastes

e que Deus ressuscitou dos mortos -

que este homem está curado, diante de vós.

Jesus é a pedra, que vós, os construtores,

desprezastes, e que se tornou a pedra angular.

Em nenhum outro há salvação,

pois não existe debaixo do céu

outro nome dado aos homens

pelo qual possamos ser salvos".

Evangelho de Jesus Cristo segundo João 21,1-14

Naquele tempo,

Jesus apareceu de novo aos discípulos,

à beira do mar de Tiberíades.

A aparição foi assim:

Estavam juntos Simão Pedro,

Tomé, chamado Dídimo,

Natanael de Caná da Galileia,

os filhos de Zebedeu

e outros dois discípulos de Jesus.

Simão Pedro disse a eles: 

"Eu vou pescar".

Eles disseram: 

"Também vamos contigo".

Saíram e entraram na barca,

mas não pescaram nada naquela noite.

Já tinha amanhecido,

e Jesus estava de pé na margem.

Mas os discípulos não sabiam que era Jesus.

Então Jesus disse:

"Moços, tendes alguma coisa para comer?"

Responderam: 

"Não".

Jesus disse-lhes:

"Lançai a rede à direita da barca, e achareis".

Lançaram pois a rede

e não conseguiam puxá-la para fora,

por causa da quantidade de peixes.

Então, o discípulo a quem Jesus amava

disse a Pedro: "É o Senhor!"

Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor,

vestiu sua roupa, pois estava nu,

e atirou-se ao mar.

Os outros discípulos vieram com a barca,

arrastando a rede com os peixes.

Na verdade, não estavam longe da terra,

mas somente a cerca de cem metros.

Logo que pisaram a terra,

viram brasas acesas,

com peixe em cima, e pão.

Jesus disse-lhes:

"Trazei alguns dos peixes que apanhastes".

Então Simão Pedro subiu ao barco

e arrastou a rede para a terra.

Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes;

e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.

Jesus disse-lhes: 

"Vinde comer".

Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar

quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.

Jesus aproximou-se, 

tomou o pão e distribuiu-o por eles.

E fez a mesma coisa com o peixe.

Esta foi a terceira vez que Jesus,

ressuscitado dos mortos,

apareceu aos discípulos.

MEDITAÇÃO:

“Lançai a rede à direita do barco e achareis peixes”

Cristo Ressuscitou, Aleluia. Verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia.

Estamos celebrando a oitava de Páscoa, meditando as aparições de Jesus Ressuscitado, junto aos seus discípulos. E hoje, Jesus vai ao encontro deles, que estavam pescando, porém sem sucesso.

Nosso Senhor se aproxima e pede algum peixe, e respondem que nada conseguiram pescar. Jesus então dá a ordem para lançarem a rede, e então, realizam a pesca de modo a encherem as redes.

É interessante lembrarmos que no primeiro encontro de Jesus e de Pedro, também foi em uma pescaria, na qual Nosso Senhor o chama dizendo “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4, 19).

Mas não é Pedro quem identifica primeiro a Jesus, e sim o discípulo amado. O reconhecerá, talvez, pela pesca milagrosa ou pelo som da sua voz, mas é o amor quem nos leva até o nosso amado, e assim, ele professa: “É o Senhor!”.

É Pedro que toma a iniciativa e vai a frente dos demais discípulos, e parte a frente em direção a Jesus, junto aos demais apóstolos.

“É o Senhor!”

O Evangelho de hoje, sobretudo nesse período Pascal e também no momento em que vivemos, com a morte do Papa Francisco e as vésperas de uma nova eleição papal (conclave), nos leva a refletir sobre a Igreja.

Nosso Senhor deixa a sua Igreja, para que através dos Sacramentos, instituídos pelo mesmo Jesus, todos possam conhece-lo, pois como Pedro nos diz “Não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4, 12).

Assim como foi pela escuta de Jesus que o reconheceram, é pela escuta da Palavra de Deus que a Igreja cumpre a sua missão, de levar a salvação a todos. A imagem disso, é a pesca milagrosa que hoje vemos.

Na época de Jesus, eram conhecidos cento e cinquenta e três espécies de peixes diferentes, exatamente o numero de peixes que eles pescaram. Isso mostra a universalidade da salvação, a qual a Igreja, com os apóstolos, são chamados a anunciar a todas as nações.

Apesar do grande número de peixes, a rede não se rompeu, assim como a Igreja, que pode passar por inúmeras dificuldades, mas jamais irá se romper. Como Jesus mesmo disse: “Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela” (Mt 16, 18).

Cremos que a Igreja é um grande barco, na qual sempre enfrentou e sempre vai enfrentar grandes turbulências, advindas do mundo e do pecado. Mas Jesus está no barco, e por isso nada devemos temer, ainda que Ele aparente estar dormindo.

Na primazia de Pedro, vemos a figura do pastor que guia as ovelhas, enquanto o verdadeiro pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, está para chegar. E essa missão, continua com os seus sucessores, assim como foi Pedro, Papa Francisco, e assim como será o seu sucessor.

Por mais que procurem eleger um homem santo para ser o próximo papa, a nossa esperança e confiança, é na graça de Deus, no Espírito Santo, que guia e santifica o papa, o clero, e toda Igreja, que caminha ao encontro de Nosso Senhor.

Que sobretudo nesse momento, que direcionemos as nossas orações a alma do Papa Francisco, para que Deus em sua infinita misericórdia, o acolha, após viver a sua missão aqui na terra. E unidos a Virgem Maria, peçamos ao Espírito Santo, que guie a sua Igreja, para que o próximo papa, continue a nos guiar até Jesus.

ORAÇÃO:

Ó divino Jesus, que de modo admirável, provastes o seu amor por nós de tantas formas, sobretudo ao assumir a nossa natureza, fazendo-se semelhante a um escravo ao assumir os nossos pecados, para depois os pagar na cruz. E ao ressuscitar, nos abriu um caminho, para seguirmos rumo ao Pai. Ajudai-nos a cravar em nossos corações essa alegria, a alegria da vossa Páscoa, da vossa Ressureição, para que todo o temor e tristeza, advindo das dificuldades e desafios da vida, jamais nos tirem a esperança e confiança em Ti, gerando em nós a verdadeira alegria que vem de Ti. Vós que sois Deus, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Salmo do dia: