EVANGELHO DO DIA - 03/02/25 (Mc 5, 1-20)

TEMPO COMUM - 4ª semana

jesus-e-o-endemoniado

LEITURA:

Leitura da Carta aos Hebreus 11,32-40

Irmãos,

que mais devo dizer?

Não teria tempo de falar mais

sobre Gedeão, Barac, Sansão, Jefté,

Davi, Samuel e os profetas.

Estes, pela fé, conquistaram reinos,

praticaram a justiça,

foram contemplados com promessas,

amordaçaram a boca dos leões,

extinguiram o poder do fogo,

escaparam do fio da espada,

recobraram saúde na doença,

mostraram-se valentes na guerra,

repeliram os exércitos estrangeiros.

Mulheres reencontraram os seus mortos pela ressurreição.

Outros foram esquartejados,

ou recusaram o resgate,

para chegar a uma ressurreição melhor.

Outros ainda sofreram a provação dos escárnios,

experimentaram o açoite, as correntes, as prisões.

Foram apedrejados, foram serrados,

ou morreram a golpes de espada.

Levaram vida errante,

vestidos com pele de carneiro ou pelos de cabra;

oprimidos e atribulados, sofreram privações.

Eles, de quem o mundo não era digno,

erravam pelos desertos e pelas montanhas,

pelas grutas e cavernas da terra.

E, no entanto, todos eles,

se bem que pela fé tenham recebido um bom testemunho,

apesar disso não obtiveram a realização da promessa.

Pois Deus estava prevendo, para nós, algo melhor.

Por isso não convinha

que eles chegassem à plena realização sem nós.


Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 5,1-20

Naquele tempo,

Jesus e seus discípulos 

chegaram à outra margem do mar,

na região dos gerasenos.

Logo que saiu da barca,

um homem possuído por um espírito impuro,

saindo de um cemitério, foi ao seu encontro.

Esse homem morava no meio dos túmulos

e ninguém conseguia amarrá-lo,

nem mesmo com correntes.

Muitas vezes tinha sido amarrado 

com algemas e correntes,

mas ele arrebentava as correntes 

e quebrava as algemas.

E ninguém era capaz de dominá-lo.

Dia e noite ele vagava 

entre os túmulos e pelos montes,

gritando e ferindo-se com pedras.

Vendo Jesus de longe,

o endemoninhado correu, 

caiu de joelhos diante dele

e gritou bem alto:

"Que tens a ver comigo, 

Jesus, Filho do Deus altíssimo?

Eu te conjuro por Deus, não me atormentes!"

Com efeito, Jesus lhe dizia:

"Espírito impuro, sai desse homem!"

Então Jesus perguntou:

"Qual é o teu nome?"

O homem respondeu:

"Meu nome é 'Legião', porque somos muitos".

E pedia com insistência

para que Jesus não o expulsasse da região.

Havia aí perto uma grande manada de porcos,

pastando na montanha.

O espírito impuro suplicou, então:

"Manda-nos para os porcos, 

para que entremos neles".

Jesus permitiu.

Os espíritos impuros saíram do homem 

e entraram nos porcos.

E toda a manada - mais ou menos uns dois mil porcos -

atirou-se monte abaixo para dentro do mar,

onde se afogou.

Os homens que guardavam os porcos saíram correndo

e espalharam a notícia na cidade e nos campos.

E as pessoas foram ver o que havia acontecido.

Elas foram até Jesus 

e viram o endemoninhado sentado,

vestido e no seu perfeito juízo,

aquele mesmo que antes estava possuído pela Legião.

E ficaram com medo.

Os que tinham presenciado o fato

explicaram-lhes o que havia acontecido

com o endemoninhado e com os porcos.

Então começaram a pedir

que Jesus fosse embora da região deles.

Enquanto Jesus entrava de novo na barca,

o homem que tinha sido endemoninhado

pediu-lhe que o deixasse ficar com ele.

Jesus, porém, não permitiu.

Entretanto, lhe disse:

"Vai para casa, para junto dos teus

e anuncia-lhes tudo o que o Senhor,

em sua misericórdia, fez por ti".

Então o homem foi embora 

e começou a pregar na Decápole

tudo o que Jesus tinha feito por ele.

E todos ficavam admirados.


MEDITAÇÃO:

“Que queres de mim, Jesus, filho de Deus”

Após Jesus mostrar a sua força pelo controle da natureza, depois de silenciar o mar e a tempestade, agora Nosso Senhor demostra o seu poder sobre o próprio mal, nos mostrando que o Reino de Deus chegou, e ninguém tem força para impedi-lo.

Eis que Jesus e os seus discípulos chegam a um lugar pagão, em Gerasa, e encontram um homem endemoniado, que vivia entre os túmulos, sofrendo violência, e não sendo vencido por ninguém.

Ao ver Jesus, os próprios demônios são impelidos a reconhecer quem é Jesus, o filho de Deus, e declaram a sua impotência diante de Deus, ao suplicar que que não os atormente.

Isso nos mostra que ninguém é mais poderoso do que Deus, e que o mal, inclusive os demônios, só podem agir quando Deus permite, ou quando damos permissão para ele operar.

Jesus mostra então o seu poder e a sua misericórdia, e expulsam os demônios, que como é dito, se trata de uma legião, ou seja, cerca de seis mil demônios.

Com a permissão de Jesus, eles vão para uma manada de porcos, que prontamente, se laçam no precipício, caindo no mar.

“Vai para tua casa e para os teus e anuncia-lhes tudo o que fez por ti o Senhor na sua misericórdia”

Eis que liberto e recuperado a sua dignidade, o homem deseja partir junto a Jesus, mas é enviado novamente a sua família, para anunciar a ação de Deus em sua vida, proclamando a misericórdia de Deus.

Quanto ao povo de Gerasa, ao saberem da notícia, ficam espantados e tomados pelo medo, pedindo a Jesus que se retirassem. Talvez por estarem tristes com a perca dos porcos, preferindo a estes, do que a Nosso Senhor.

Podemos tirar duas grandes meditações dessa passagem. A primeira, é que Jesus tem poder sobre o mal, destruindo-o, no seu próprio território, pois para o judeu, tanto os túmulos quanto os porcos, são sinais de impureza.

E na ação do demônio indo aos porcos, podemos ver uma alusão ao pecador, que de fato, vive como os porcos, com os olhos voltados para baixo, a procura de prazeres que seriam justamente os lixos que esses animais por vezes comem, vivendo assim num lamaçal.

O desfecho de quem vive assim, só pode ser um quanto não arrependido: o precipício.

Por isso roguemos a Virgem Maria, para que não expulsemos a Jesus optando pelo pecado, mais antes, que o busquemos, para que ele devolva a nossa dignidade, de ser humano e de  filho de Deus, e assim, expulsando todo o mal, sejamos todo dele.


ORAÇÃO:

Deus de infinita bondade e misericórdia, que vem a nós para nos devolver a nossa dignidade de ser humano, e mais ainda, elevais a nossa natureza pecadora, a graça de sermos vossos filhos. Dai-nos sermos cheios da vossa graça, para que assim, possamos busca-lo, renunciando a todo pecado, que nos aprisiona, e dando liberdade somente para ti, para que opere em nossas vidas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.


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