TEMPO COMUM - 3ª semana
LEITURA:
Leitura da Primeira Carta de São João 4,11-18
Caríssimos, se Deus nos amou assim,
nós também devemos amar-nos uns aos outros.
Ninguém jamais viu a Deus.
Se nos amamos uns aos outros,
Deus permanece conosco
e seu amor é plenamente realizado entre nós.
A prova de que permanecemos com ele,
e ele conosco,
é que ele nos deu o seu Espírito.
E nós vimos, e damos testemunho,
que o Pai enviou o seu Filho
como Salvador do mundo.
Todo aquele que proclama
que Jesus é o Filho de Deus,
Deus permanece com ele,
e ele com Deus.
E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco,
e acreditamos nele.
Deus é amor:
quem permanece no amor,
permanece com Deus,
e Deus permanece com ele.
Nisto se realiza plenamente o seu amor para conosco:
em nós termos plena confiança no dia do julgamento,
porque, tal como Jesus, nós somos neste mundo.
No amor não há temor.
Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor,
pois o temor implica castigo,
e aquele que teme não chegou à perfeição do amor.
Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,45-52
Depois de saciar os cinco mil homens,
Jesus obrigou os discípulos a entrarem na barca
e irem na frente para Betsaida, na outra margem,
enquanto ele despedia a multidão.
Logo depois de se despedir deles,
subiu ao monte para rezar.
Ao anoitecer, a barca estava no meio do mar
e Jesus sozinho em terra.
Ele viu os discípulos cansados de remar,
porque o vento era contrário.
Então, pelas três da madrugada,
Jesus foi até eles andando sobre as águas,
e queria passar na frente deles.
Quando os discípulos o viram andando sobre o mar,
pensaram que era um fantasma
e começaram a gritar.
Com efeito, todos o tinham visto
e ficaram assustados.
Mas Jesus logo falou:
"Coragem, sou eu! Não tenhais medo!"
Então subiu com eles na barca.
E o vento cessou.
Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados,
porque não tinham compreendido nada
a respeito dos pães.
O coração deles estava endurecido.
MEDITAÇÃO:
“A vós foi dado o mistério do Reino de Deus; aos de fora, porém, tudo acontece em parábolas”
Mais uma vez, vemos Jesus cercado por uma multidão, que deseja ouvi-lo, e então, Ele sobe em um barco, para dali falar a todos.
Esse barco é a prefiguração da Igreja, que é a barca de Cristo. Para compreendermos a fundo as palavras de Jesus, e assim pode-lo conhece-lo, é necessário estar juntos aos seus Apóstolos, que nos explicam as Sagradas Escrituras.
É o que vemos no Evangelho de hoje, onde Jesus fala abertamente a todos, por meio de parábolas, e depois, estando sozinho com os seus discípulos, lhes explica suas palavras.
Dessa forma, compreendemos que existem dois grupos: os ‘de fora’, a multidão que se limita a ouvir a Jesus a distância; e os ‘de dentro’, os seus discípulos, aqueles que tem contato mais íntimo com sua pessoa, desejando compreender e viver aquilo que por Ele é dito.
E com a compreensão da parábola do semeador, vemos que somos chamados a nos perguntar, em qual desses grupos participamos.
“Eis que o semeador saiu a semear”
O próprio Jesus nos explicou essa bela parábola, onde um semeador sai a semear, e semeia em diversos terrenos diferentes: a beira do caminho, em solo pedregoso, em meios aos espinhos e em terra boa.
O semeador é o próprio Jesus, que sai a semear a palavra de Deus, e o faz, mesmo em meio aos terrenos que, aos olhos humanos, não poderia dar frutos. Pois com a graça de Deus, qualquer um pode alcançar a salvação, e tudo começa, pela recepção da sua palavra.
É o que representa o terreno, a forma como ouvimos, e nos postamos diante da pessoa de Jesus e as palavras que nos diz.
Os que recebem a palavra ‘à beira do caminho’, são os que ouvem, mas não confrontam o que ouviram com a sua vida, e sendo assim, nada muda. Não tem disposição para buscar a conversão dos pecados, ou ainda, para buscar a Deus.
Os que recebem a palavra ‘em solo pedregoso’, são os que ouvem, são os que se alegram com o que ouvem, mas não se comprometem com Nosso Senhor, com o propósito de viver a sua palavra e o que nos pede. Assim, deixam a palavra morrer, sem gerar frutos, principalmente nas tribulações.
Os que recebem a palavra ‘entre os espinhos’, são os que ouvem, mas tentam conciliar o que ouviram, com a vida secular, os cuidados com as coisas do mundo. Esses não compreenderam o que Jesus disse “Seja o vosso ‘sim’, sim, e o vosso ‘não’, não” (Mt 5,37), ou seja, darmos tudo ou nada para Cristo.
Por fim, os que recebem a palavra em ‘terra boa’, são os que ouvem, e vivem a sua vida, a partir da Palavra de Deus, compreendendo que mais do que um discurso, a Palavra de Deus é uma pessoa, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Que a Virgem Maria nos ajude a acolher a Palavra de Deus em terra boa, dando a nossa adesão a seu Filho Jesus, para assim, possamos dar frutos, de conversão e testemunho da fé em Cristo.
ORAÇÃO:
Senhor Jesus, tu que és o semeador, que saiu do lado do Pai, na eternidade, para vir a nós e semear a vossa palavra, que é palavra de vida eterna, ajudai-nos a recebe-lo em nossos corações e em nossas vidas, acolhendo a vossa pessoa e as vossas graças, para que sendo a terra boa, possamos dar frutos contigo, a começar pela nossa conversão. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.
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